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O homem, nascido de mulher, é curto de dias, e farto de inquietação; |
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Ele sai como uma flor, e é cortado; foge como a sombra, e não permanece. |
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Contudo sobre este abres teus olhos, e me trazes a juízo contigo. |
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Quem tirará algo puro do imundo? Ninguém. |
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Visto que seus dias já estão determinados, e contigo está o número de seus meses, tu lhe puseste limites, dos quais ele não passará. |
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Desvia-te dele, para que ele tenha repouso; até que, como o empregado, complete seu dia. |
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Porque há ainda alguma esperança para a árvore que, se cortada, ainda se renove, e seus renovos não cessem. |
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Ainda que sua raiz se envelheça na terra, e seu tronco morra no solo, |
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Ao cheiro das águas ela brotará, e dará ramos como uma planta nova. |
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Porém o homem morre, e se abate; depois de expirar, onde ele está? |
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As águas se vão do lago, e o rio se esgota, e se seca. |
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Assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus, eles não despertarão, nem se erguerão de seu sono. |
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Queria eu me esconder no mundo dos mortos, e me ocultar até que tua ira se afastasse, e me pusesses um limite de tempo ,e te lembrasses de mim! |
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Se o homem morrer, voltará a viver? Todos os dias de meu combate esperarei, até que venha minha dispensa. |
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Tu me chamarás, e eu te responderei; e te afeiçoarás à obra de tuas mãos. |
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Pois então tu contarias meus passos, e não ficarias vigiando meu pecado. |
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Minha transgressão estaria selada numa bolsa, e tu encobririas minhas perversidades. |
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E assim como a montanha cai e é destruída, e a rocha muda de seu lugar, |
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E a água desgasta as pedras, e as enxurradas levam o pó da terra, assim também tu fazes perecer a esperança do homem. |
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Sempre prevaleces contra ele, e ele passa; tu mudas o aspecto de seu rosto, e o despedes. |
| 21 |
Se seus filhos vierem a ter honra, ele não saberá; se forem humilhados, ele não perceberá. |
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Ele apenas sente as dores em sua própria carne, e lamenta por sua própria alma. |