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Eis que meus olhos têm visto tudo isto ; meus ouvidos o ouviram, e entenderam. |
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Assim como vós o sabeis, eu também o sei; não sou inferior a vós. |
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Mas eu falarei com o Todo-Poderoso, e quero me defender para com Deus. |
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Pois na verdade vós sois inventores de mentiras; todos vós sois médicos inúteis. |
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Bom seria se vos calásseis por completo, pois seria sabedoria de vossa parte. |
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Ouvi agora meu argumento, e prestai atenção aos argumentos de meus lábios. |
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Por acaso falareis perversidade por Deus, e por ele falareis engano? |
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Fareis acepção de sua pessoa? Brigareis em defesa de Deus? |
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Seria bom para vós se ele vos investigasse? Enganareis a ele como se engana a algum homem? |
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Certamente ele vos repreenderá, se em oculto fizerdes acepção de pessoas. |
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Por acaso a majestade dele não vos espantará? E o temor dele não cairá sobre sobre vós? |
| 12 |
Vossos conceitos são provérbios de cinzas; vossas defesas são como defesas de lama. |
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Calai-vos diante de mim, e eu falarei; e venha sobre mim o que vier. |
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Por que tiraria eu minha carne com meus dentes, e poria minha alma em minha mão? |
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Eis que, ainda que ele me mate, nele esperarei; porém defenderei meus caminhos diante dele. |
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Ele mesmo será minha salvação; pois o hipócrita não virá perante ele. |
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Ouvi com atenção minhas palavras, e com vossos ouvidos minha declaração. |
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Eis que já tenho preparado minha causa; sei que serei considerado justo. |
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Quem é o que brigará comigo? Pois então eu me calaria e morreria. |
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Somente duas coisas não faças comigo; então eu não me esconderei de teu rosto: |
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Afasta tua mão de sobre mim, e teu terror não me espante. |
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Chama, e eu responderei; ou eu falarei, e tu me responde. |
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Quantas culpas e pecados eu tenho? Faze-me saber minha transgressão e meu pecado. |
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Por que escondes teu rosto, e me consideras teu inimigo? |
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Por acaso quebrarás a folha arrebatada pelo vento ? E perseguirás a palha seca? |
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Por que escreves contra mim amarguras, e me fazes herdar as transgressões de minha juventude? |
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Também pões meus pés no tronco, e observas todos os meus caminhos. Tu pões limites às solas dos meus pés. |
| 28 |
Eu me consumo como a podridão, como uma roupa que a traça rói. |